Tuesday, July 31, 2012

Pastores Alemães importantes na minha vida – Parte 1


Sempre tive vontade de ter um pastor alemão, influenciado pelo famoso Rin Tin Tin e também pelo mestiço brasileiro o cão Lobo do seriado Vigilante Rodoviário que passava na extinta TV TUPI nos anos 60.        
O primeiro cão pastor alemão que tive foi o Hector (sem pedigree), presente do tio Airton Galvão ao meu avô Dr. Dario Marinho, mas eu cuidei dele, isto em 1971, há 41 anos atrás. Um certo dia foi para rua e morreu atropelado. Fiquei muito triste.
Hector comigo e meu primo Aldo Galvão (única foto dele)

Em 1982 comprei a minha primeira cadela da raça Pastor Alemão com pedigree chamada Calú dos Goytacazes. Ela era uma cadelinha muito corajosa e valente, também muito inteligente. Aprendia com muita facilidade as coisas que eu ensinava. Saía com ela para treinar no Jardim São Benedito onde aprendeu a ficar junto (vir para perto), andar junto, sentar, deitar, morrer, pular sobre os bancos do jardim. Inclusive me pulava. Eu mandava ela ficar sentada e me afastava um pouco e ficava abaixado com as mãos no joelho então dava ordem “pula” onde ela dava um saldo passando por cima das minhas costas caindo do outro lado, falava com ela, “de novo” e ela voltava pulando por cima de mim novamente. Ensinei ataque lançado e surpresa, atacar contra tiro e contra faca ou pedaço de pau.

 Ganhei de presente do meu amigo Hugo Sérgio Lacerda de Araújo, que tem muita habilidade no treino de cães ou qualquer outro bicho, inclusive pássaros e gatos, o livro “O Cão Em Nossa Casa” do Théo Gigas, onde aprendi muito sobre a arte de criar bem o seu cão.
Calú dos Goytacazes aos 6 meses
Calú dos Goytacazes aos 6 meses
Calú, como a chamavamos, era muito boa de temperamento mas péssima em estrutura. Carpeada, garupa curta e caída, frente com úmero verticalizado, sem nenhuma angulação. Mas eu não via defeitos nela, eu a achava linda!!!  Só que, como eu não acompanhava as exposições de cães pastores alemães nessa ocasião e não entendia nada sobre o assunto. Resolvi entao inscrevê-la numa exposição aqui na cidade, mais precisamente na Fundação Rural de Campos, em setembro de 1983. Me lembro como se fosse hoje. O juiz era o Jesus Guerreiro. Começa a apresentação de Calú junto com as demais concorrentes, nove cães em pista. Ela, por ser uma inscrição suplementar, foi inscrita de última hora e na numeração saiu na nona posição. Hugo fez a gentileza de apresentar para mim, pois eu estava muito nervoso com a estréia dela em pista. Só que o juiz mudava algumas cadelas de posição e a minha não saía do último lugar. Comecei a reclamar comigo mesmo e com a minha esposa, que o juiz não estava observando a “beleza” que era minha cadela, isso era um “absurdo” etc. Enfim, terminou como começou, em nono lugar, isto é, em último lugar. Para nunca mais voltar para pista. 
Calú com Hugo Sérgio na 1ª Exposição em Set/1983 na Fund. Rural de Campos
 Eu continuei frequentando as exposições com outros animais que citarei mais para frente e vi que o meu desespero com o juiz foi totalmente sem sentido, pois ele estava correto em colocá-la na última posição, ela era péssima em estrutura como podem observar nas fotos postadas aqui.
 Um episódio também marcante com esta cadela foi no dia em que recebi em minha casa um amigo de infância Cesar, mais conhecido como Tuquinha. Estávamos todos na frente da casa, eu, minha mulher, meu filho Edú que na ocasião tinha 5 anos e meu filho do meio Dariozinho que estava com 2 anos, a mesma idade de Calú, e este segurava uma bola de aniversário, dessas que estouram facilmente. Quando Tuquinha chegou logo pegou Dariozinho no colo e a cadela foi cheirá-lo para fazer o reconhecimento, ela não pegava sem motivo.
Tuquinha ficou apreensivo, então falei com ele que não haveria problema, ela só está querendo te cheirar.   E foi o que ela fez, só que a bola de soprar estava cheia de ar e caiu da mão do meu filho e estourou ao contato com o chão, provocando na cadela uma reação como se fosse um estampido de tiro e ela que já estava saindo de perto dele, voltou de ímpeto pulando direto no seu braço, no que percebi logo e dei o comando “Não” que a fazia parar de imediato o que estivesse fazendo e assim foi feito, parou o ataque na hora, chegou a beliscar os cabelos do braço do rapaz, que estava paralizado de medo. Mas não passou de um susto.
                Ela em dia de trovoada latia para cima em direção ao muro, procurando a causa do barulho.
Morreu da única coisa que não ensinei, a de não comer nada dado por estranhos. Foi envenenada aos 8 anos de idade por 2 ladrões que estavam assaltando a minha casa mas no que eu cheguei eles fugiram pelos fundos pulando o muro do vizinho sem carregar nada. Ela deixou muitas saudades, pois era uma "companheirona".

Até a próxima!

2 comments:

Edu said...

Puxa, pai, quantas recordações legais. Muitas delas já sabia e outras não. Adorei a ideia de contar sobre os cães que fizeram parte de sua história (e da nossa também). Não vejo a hora de ouvir mais. Bjo do seu filho Edu

Edu said...

Calú era uma cadela excepcional mesmo. Me lembro da paciência dela com a gente (seus filhos), pois criança às vezes "enche o saco" do cachorro com brincadeiras de puxar o rabo, orelhas, etc.